28 abril, 2009

Elefante colapsa no Circo Victor Hugo Cardinali, em Tavira






Ainda se justifica ir ao circo com situações destas, de maus tratos e falta de ética para com um ser senciente? Fica ao critério de cada um...






Elefante colapsa no Circo Victor Hugo Cardinali, em Tavira – ANIMAL está a pedir explicações às autoridades municipais e veterinárias locais, regionais e nacionais sobre o sucedido e sobre que cuidados serão prestados ao animalContinua a imperar o caos e o “vale-tudo” na actividade dos circos com animais em Portugal, havendo sucessivos casos de mortes de animais em circos portugueses, incluindo no Circo Victor Hugo Cardinali, assim como de fugas de animais Autoridades mantêm-se, como sempre, inoperantes






Segundo uma denúncia de uma apoiante da ANIMAL residente em Tavira que chegou a esta organização, um elefante colapsou ontem no Circo Victor Hugo Cardinali, enquanto este circo estava ainda estacionado nesta cidade, estando agora o mesmo circo a instalar-se em Faro.









Tal como mostram as fotografias, um dos elefantes de Victor Hugo Cardinali – um confesso abusador de animais, que não teve pejo em afirmar, em declarações ao Rádio Clube Português em Dezembro de 2005, que batia nos elefantes porque, segundo o mesmo, esse é o seu papel de domador, “caso contrário não estaria ali a fazer nada” –, um dos três elefantes que estavam acorrentados numa mesma zona (como se pode ver pelas fotografias) – mantidos, como sempre, em péssimas condições – colapsou, de repente, tendo ficado no chão. A pessoa que viu estes acontecimentos e os fotografou tentou ainda chamar alguém do circo para que fosse chamado um médico veterinário ao local, mas rapidamente foi enxotada do local por uma funcionária do circo.






Outra fotografia mostra também um leão em claro mau estado, com um aspecto nada saudável, o que é deveras preocupante, considerando que, só este ano, um elefante, um leão e um cavalo morreram no Circo Victor Hugo Cardinali, como foi notícia e como documenta o site circense “Circo Espectáculo Vivo”.



Uma outra fotografia mostra ainda o leão branco que Victor Hugo Cardinali mantém em cativeiro e que força a actuar nos seus cruéis espectáculos de circo. O leão branco é uma das mais raras espécies de grandes carnívoros no mundo. No entanto, neste caso, como em praticamente todos, as autoridades portuguesas – Direcção Geral de Veterinária e Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade – continuam a dar uma autêntica carta branca aos circos portugueses para fazerem circular os animais que quiserem, das espécies que quiserem, fazendo-os aparecer e desaparecer de acordo com as suas conveniências, sem qualquer consideração ser atribuída às necessidades destes indivíduos. Rita Silva, Vice-Presidente da ANIMAL, afirma “Nos EUA, até já muitos zoos chegaram à conclusão de que é impossível manter elefantes em jardins zoológicos preservando o seu bem-estar. Em Portugal, os circos, nomeadamente o de Victor Hugo Cardinali, são livres de porem e disporem de elefantes, mantendo-os em péssimas condições, como e quando queiram. São livres até de exercer violência física contra eles sendo isso do conhecimento público, depois da ANIMAL ter filmado e apresentado provas disso – publicamente e às autoridades competentes –, sem que nada lhes aconteça, podendo continuar a escravizá-los, mantê-los e usá-los como quiserem, tanto com os que foram comprovadamente vítimas de abuso, quanto com outros que entretanto os donos dos circos queiram trazer para Portugal, como Victor Hugo Cardinali fez com este leão branco que mantém confinado no seu circo”.
Segundo Miguel Moutinho, Presidente da ANIMAL, “os acidentes com animais em circos portugueses são mais que muitos e repetem-se, sempre para prejuízo dos animais e às vezes também para prejuízo da segurança do público, vez após vez, impunemente. No início deste ano, dois tigres fugiram de um camião de transporte de tigres do Circo Chen que estava abandonado na berma de uma estrada nacional em Azambuja. Também nessa altura, o reboque-aquário do Circo Aquático Show Cardinali ficou completamente destruído por um incêndio, tendo um dos tubarões deste circo morrido nesse incêndio. Em Março, um dos elefantes de Victor Hugo Cardinali morreu. Em Abril, um leão e um cavalo também de Victor Hugo Cardinali morreram. Em Maio, uma criança foi ferida por um lama do Circo Atlas / Walter Dias quando este estava estacionado em Coimbra. Em Julho, uma leoa foi encontrada numa quinta na zona de Lousada, na posse de um agricultor, a quem um dono de um circo terá dado o animal. Já em Setembro, 4 burros fugiram do circo Luftman, estacionado nas caldas da Rainha, causando um acidente, tendo um dos animais ficado gravemente ferido, acabando por ser abatido. Apesar de todos estes episódios, o princípio do “vale-tudo” continua a vigorar na actividade circense com animais em Portugal, ante a inoperância, quer em termos de prevenção, quer em termos de acção sancionatória, das autoridades portuguesas.”
“Durante este ano legislativo que agora começa, a ANIMAL vai intensificar os contactos que tem vindo a estabelecer com os grupos parlamentares na Assembleia da República para que proíbam a manutenção e o uso de animais em circos em Portugal, no âmbito da nova lei de protecção dos animais que a ANIMAL tem vindo a reclamar ao longo do último ano”, afirmou a Vice-Presidente da organização.
[Fotos: © Alice Stotter-Trom / ANIMAL, 2008

27 abril, 2009

Sintra sem Touradas e Circos com Animais

A Assembleia Municipal de Sintra aprovou no passado dia 23 de Abril o Regulamento de Animais do Município de Sintra, através do qual a autarquia se compromete com a promoção do bem-estar animal no Concelho.

Entre as medidas aprovadas está uma proposta do Bloco de Esquerda onde se defende que o apoio institucional ou a cedência de recursos por parte da autarquia para a realização de espectáculos com animais (incluindo touradas e circos com animais) fica condicionado pela não existência de actos que inflijam qualquer sofrimento físico ou psíquico, lesionem ou provoquem a morte de animais.

Uma vez que não existem infra-estruturas fixas que permitam a realização destes espectáculos em Sintra, isto significa que não será mais dada a autorização a nenhum tipo de eventos deste tipo. Esta proposta foi aprovada pela maioria dos deputados presentes (BE, PS e Coligação Mais Sintra), contando com a oposição da CDU e de alguns eleitos do PS e Coligação Mais Sintra.

Este importante regulamento incluí ainda, desde a sua versão original, importantes artigos que atribuem protecção especial a grandes símios, que obrigam à identificação por microchip dos gatos (que ainda é apenas obrigatória cães nascidos depois de 2007), ou que promovem a criação de parcerias entre o Canil/Gatil Municipal e outras entidades.

A Acção Animal e a LPDA, a pedido da Câmara Municipal de Sintra, enviaram as suas contribuições para este Regulamento, incluindo as propostas da Acção Animal para proibir as touradas e dificultar a realização de circos que usassem animais dentro deste município, o que contribuiu para este desfecho favorável aos animais.

A Acção Animal congratula-se com a aprovação tanto deste regulamento proposto pelo executivo da Câmara como das alterações propostas pelo Bloco de Esquerda, por estabelecerem com clareza uma recusa no apoio a espectáculos baseados no sofrimento físico e psicológico dos animais e por colocar Sintra como um dos municípios portugueses mais avançados relativamente à protecção e respeito pelos animais não humanos.

25 abril, 2009

Debate sobre "Direitos dos Animais" gera polémica

Deputados querem proibir animais selvagens no circo

A discussão, no próximo dia 7 de Maio, do projecto de resolução do Bloco de Esquerda a recomendar ao Governo que proíba a manutenção e utilização de animais selvagens em circos, é considerado pelos diversos grupos parlamentares como uma importante oportunidade de melhorar a defesa dos direitos dos animais. Sobre a tourada, um dos aspectos mais polémicos do tema, os deputados entrevistados pela SIC Online consideram que não é necessário legislar porque é uma prática que irá cair em desuso por falta de público.
Isabel Marques da Silva Jornalista


No seu projecto de resolução, o Bloco de Esquerda (BE) argumenta que a existência de animais selvagens no circo é uma"prática que está em declínio e é incompatível com as crescentes preocupações internacionais e nacionais com a preservação das espécies selvagens e dos seus habitats e a legislação de bem-estar animal actualmente em vigor". À SIC Online, a deputado do BE, Alda Macedo, disse que o "tipo de treino, exposição a que estão sujeitos e condições em que os animais no circo vivem é de enorme crueldade". "É um sinal de modernidade quando a sociedade ganha em humanização na forma como trata os animais, mas assistimos na prática a um Estado pouco atento a estas matérias",acrescentou a deputada.

João Rebelo, deputado do CDS-PP, concorda que mais legislação sobre os circos é urgente, face a uma situação"inqualificável". "Devíamos focar a atenção nessa área porque é um negócio relativamente oculto e pouco referenciado pelas autoridades em vários aspectos. Do ponto de vista do público há ainda muita ignorância sobre a forma como esses animais são mal tratados, porque se o soubessem teriam uma enorme repulsa em assistir aos espectáculo", disse à SIC Online. Realçando o bom trabalho que as associações de defesa dos direitos dos animais têm feito no alerta para estes casos, o deputado recorda que França já adoptou uma lei neste sentido e que Portugal deveria "ser também corajoso nesta matéria".

A deputada socialista Rosa Albernaz também considera o uso de animais no circo "exemplo lastimável" e reteve uma das frases ditas no debate Aqui e Agora: “uma vida cheia de sofrimento”. "Viu-se pelo empresário do circo que só pensa no lucro e mostrou uma enorme insensibilidade, passando um atestado de ignorância aos portugueses quando fala dos seus gostos. Isso tem de acabar", afirmou à SIC Online Rosa Albernaz, que também realçou a pertinência da proposta do BE.

Touradas vão perder adeptos

A maioria dos deputados ouvidos pela SIC Online considera que não há necessidade de legislar a nível nacional contra as touradas, porque é uma actividade que irá terminar por falta de público. A decisão do autarca de Viana do Castelo em declarar a cidade antitouradas é aplaudida."Aplaudo o autarca de Viana do Castelo porque dá um sinal de como as sociedades civilizadas devem evoluir. Há tradições que foram desaparecendo como o circo romano e as touradas devem seguir esse caminho", considera Rosa Albernaz. A deputada diz ficar "mal disposta" quando se associa sofrimento de animais a negócio. "Não sou fundamentalista e é óbvio que precisamos dos animais para a nossa alimentação, mas a tourada é um espectáculo de violência e sofrimento, em qualquer ética".

Francisco Madeira Lopes, do "Partido os Verdes" considera que Defensor de Moura "teve uma posição corajosa, inédita e que fará história face à tradição que existe, embora esta esteja cada vez a ter menos força". O deputado ecologista diz que as questões ligadas à forma como são tratados os animais para consumo dos humanos, os maus tratos a animais domésticos ou o tráfico de animais selvagens são áreas onde é necessários fazer mais trabalho legislativo. Partilha a opinião de que as touradas vão perder tradição e público: "Tenho esperança que a haja uma evolução no nível de consciência sobre como viver a festa brava e a ruralidade que não passe tanto pela via legislativa, repressiva mas que seja um gradual afastamento dessas tradições. Admito que é uma questão de limiar difícil por ter a ver com a identidade cultural".

O deputado do CDS-PP também não aprecia a Festa Brava e considera que Defensor de Moura "agiu na defesa dos desejos da maioria da população da sua cidade, por isso está de parabéns". João Rebelo acredita que "será uma actividade cada vez com menos público e que acabará por si, já que actualmente só uma ou duas corridas, que têm apoio de canais de televisão, conseguem algum sucesso".

Código civil vê animais como coisas

Os maus tratos a animais domésticos, as lutas entre animais e o uso de animais para vários fins que não protegem a sua dignidade são áreas onde os deputados dizem ser necessária mais legislação, mas sobretudo meios de fiscalização e aplicação da mesma."É uma área onde há carência legislativa porque parte do problema original do nosso código civil é que os animais têm condição de coisas sobre as quais as pessoas detêm propriedade. Isso abre espaço para o abuso que é visto com benevolência", considera a deputada bloquista. Alda Macedo diz que "o espaço político para debate e produção de nova legislação é uma banda muito estreita"devido aos problemas socio-económicos prioritários como educação, saúde e habitação. A deputada socialista também considera que "o nosso código civil ainda trata os animais como coisas que têm um dono, mas já vai havendo muita legislação comunitária a ser aplicada".

Para Rosa Albernaz, o mais urgente é "investir em meios para aplicar e fiscalizar o cumprimento dessa legislação, por exemplo nos casos de lutas de animais, que é muito mais violenta que as touradas, e de utilização de animais selvagens no circo".

21 abril, 2009



Uma vaga de vandalismo, intimidação e fogo posto a correr a Europa continental em 2008 é a prova de uma preocupante nova vaga de activistas dos direitos dos animais extremistas que estão a ser exportados de Inglaterra, dizem os peritos.


No início de Janeiro, ameaças levaram um investidor holandês a retirar-se de um novo parque de investigação biomédica que custou € 60 milhões em Venray, Holanda. Um mês depois, o Instituto de Investigação Biomédica da Universidade de Hasselt em Diepenbeek, Bélgica, foi incendiado e em Barcelona (como se vê na imagem acima), o alvo dos vândalos foram os escritórios da firma de investigação biomédica Novartis.


O padrão "é muito claro", de acordo com Simon Festing, director da Research Defence Society, um grupo sediado em Londres que representa os investigadores médicos. Festing diz que acredita que as novas leis inglesas, mais restritivas, levaram muitos extremistas a deslocar as suas actividades para o outro lado do Canal. “Os activistas não têm a vida facilitada lá, logo estão a deslocar-se para a Europa."


Ao longo do ano passado, o Reino Unido caiu sobre os activistas dos direitos dos animais que violam a lei. Em Maio passado, a polícia levou a cabo a operação Aquiles, que levou à detenção de 16 activistas. O julgamento deve ter início ainda este ano.


Nem a Interpol nem a Europol, que coordena as actividades policiais europeias, têm estatísticas sólidas sobre estes actos extremistas mas as evidências sugerem que as leis mais fortes em Inglaterra levaram a um aumento destas actividades no continente. “Já vem de há muitos anos mas está a piorar", diz Robert Janssen, o director da associação da industria de biotecnologia holandesa NIABA de Leidschendam. Janssen estima que os investigadores holandeses e suas instituições tenham recebido mais de 200 ameaças no ano passado.


Tudo isto tem sido um grande choque para a comunidade científica. "Nunca tínhamos tido problemas", diz Piet Stinissen, director do Instituto de Investigação Biomédica da Universidade de Hasselt. A 1 de Fevereiro o instituto foi incendiado, causando € 100 mil em prejuízos. Acredita-se que o fogo foi provocado pela Animal Liberation Front, um grupo extremista de defesa dos direitos dos animais. Stinissen, que está na Universidade desde 1994, diz que não se consegue lembrar de um único caso anterior de extremismo.
Andrew Jackson, director da segurança da Novartis em Basileia, Suíça, diz que a industria também tem vindo a ser afectada. A 9 de Fevereiro, os escritórios da Novartis em Barcelona foram vandalizados durante um protesto e Jackson acredita que tem havido um aumento global tanto nas manifestações legais como nos actos ilícitos.

“Tivemos que aumentar a segurança de algumas das nossas instalações europeias", diz ele. A Novartis diz que fora dos Estados Unidos e do Reino Unido os incidentes aumentaram perto de 50% no ano passado, atingindo os 97 casos. Este ano, até agora, já ocorreram mais 15.


Jackson acredita que os protestos e os actos criminosos estão a ser alimentados por activistas ingleses que se deslocam aos locais. “Há uma percepção de que a lei da União Europeia é algo mole." Jackson refere que já notou a correlação entre os voos de baixo custo disponíveis para Basileia e as actividades extremistas. “Torna um fim de semana mais animado", diz ele tristemente.


Mas nem todos concordam que o desmembramento do activismo radical em Inglaterra esteja por trás deste aumento de actividade no resto da Europa. Os activistas realmenteo vão ao estrangeiro, por vezes", diz Amanda Richards, porta-voz da SPEAK, um grupo de activistas dos direitos dos animais sediado em Northampton, Reino Unido, que tem conduzido uma campanha contra o laboratório de primatas da Universidade de Oxford.


Ela acredita que a subida de incidentes na Europa se deve, principalmente, ao aumento da consciência sobre o tema no continente. “São principalmente as pessoas desses países." A SPEAK foi contactada por diversos grupos e indivíduos na Europa que pretendem organizar eventos contra os testes em animais, acrescenta ela.


Janssen diz que, pelo menos na Holanda, o governo parece estar a tomar o activismo extremista dos direitos dos animais mais a sério. A 12 de Fevereiro, o parlamento holandês aprovou uma moção de apoio aos testes em animais e condenando os actos extremistas. Janssen espera que a moção seja seguida por leis e policiamento mais rigorosos.




Obs: Seria eu capaz de ser um destes "terroristas"? Penso que sim... afinal, é um tipo de "terrorismo" que não tira a vida a ninguém, pelo contrário, ajuda a salvar...


"Tome partido. Neutralidade ajuda o opressor, nunca a vítima. Silêncio encoraja o torturador, nunca o torturado" – Elie Wiesel