06 dezembro, 2007

Resposta ao comunicado emitido pela União Zoófila na pessoa da sócia Luísa Barroso, descrita no mesmo como Presidente da Instituição

Venho, desta forma, esclarecer os sócios da União Zoófila e o público em geral, para que de uma vez por todas, a verdade seja dita publicamente, pois, o meu nome tem sido mencionado com mentiras, que não posso admitir, e com as quais não vou pactuar.

Em l994 – Entrei na União Zoófila com 300 animais, através dum protocolo, firmado entre mim, e a então direcção da União Zoófila.

Para assinatura deste protocolo, foi feita assembleia de sócios, em que estes e a Direcção autorizaram, o mesmo.

Deste acto encontram-se as actas devidamente, assinadas e de que esta direcção, tem perfeito conhecimento.

Desde o primeiro dia, que esta direcção tomou posse, que me têm feito uma guerra fria, de perseguição constante, assim como a outros sócios, voluntários e até funcionários, expulsando-os, só com o firme propósito de não passar para o exterior o que de maquiavélico ali se passa.

Muitas pessoas qualificadas e que ali ajudavam , sem qualquer interesse, que não fosse o amor pelos bem estar animal, foram expulsas, algumas delas com agressões físicas e verbais. Eu sou a única que ali me mantenho.

Mas, pagando um preço muito elevado. A MORTE DOS MEUS ANIMAIS.

Não são dois casos pontuais, como estes senhores, neste caso a sócia D. Luisa Barroso, quer fazer crer, são centenas deles, que vão ficando no segredo dos anjos, com ameaças de quem falar é expulso.

Com a ameaça de quem falar, colocar em perigo a instituição, que segundo esta senhora e seus seguidores, levarão à morte os animais ali existentes e ao encerramento do canil. Mas, entretanto, os animais continuam a ser barbaramente assassinados.

Coacção psicológica em espíritos mais fracos, que vão acreditando, nestas mentiras entre outras.

A verdade , é que os meus animais, ao fim do dia, quando eu, ou o m/colaborador saímos estão de perfeita saúde, e no dia seguinte, estão mortos, com sintomas de envenenamento e espancamento.

Tudo feito na calada da noite. Tudo na penumbra.

Dos acontecimentos terriveis, dei sempre conhecimento –sempre – a elementos da direcção, muitos dos quais à D. Margarida Namora, D. Luísa Barroso e últimamente ao Sr. Engenheiro Jaime de Matos Pinguinha.

Só obtive uma resposta, seca e de muito má vontade por parte do Sr. Engenheiro Jaime Matos Pinguinha, que disse ir falar com a D. Luísa Barroso, segundo ele responsável pelo canil e que me daria uma resposta.

Aguardei, vários dias, tendo que lhe telefonar para obter uma explicação.

Secamente , respondeu: “É o coração, é o coração....”, ou seja os meus animais, todos jovens, morriam de coração.... e, sendo eu médica, e minha filha médica veterinária, foi-nos passado um atestado de estupidez...

Volto a perguntar: PORQUE CHASSINAM OS ANIMAIS MAIS NOVOS ?

Os animais apresentavam, sinais de tortura, sangrando, pelo recto, boca e ouvidos... sintomas sem dúvida de ataque cardíaco.

E, sempre, os animais mais jovens, que à tarde estavam bem, e durante a noite eram acometidos de ataque cardíaco (??).

O último a morrer, foi no dia 30 de Junho de 2007, chamava-se “MICO”, foi esquartejado, e deixado a esvair-se em sangue.

Quem mata é sempre o mesmo.

E é tão fácil de detectar. Quem é o funcionário, que se faz passar por voluntário, e que dorme no canil?

Quem anda por cima dos telhados?

Quem é o funcionário/voluntário(?), que pelas 7H00, quando o meu colaborador chegava, para proceder às limpezas no meu canil, se barbeava?

A coacção para eu abandonar o espaço, deu lugar a uma perseguição sem limites, por parte da D. Margarida Namora e seus colaboradores de direcção.

Esta gente, diz que eu tenho que abandonar o local, pois não lhes convém ninguém ali, com os olhos abertos, e também porque estando a aguardar que a Câmara, lhes dê um novo espaço, não convém que mais ninguém o ocupe, para que o negócio possa florescer.

Dizem mesmo, que se não sair duma maneira saio doutra, ameaças a mim e aos meus colaboradores.

Aliás, tive que interpor uma providência cautelar, pois esta senhora D. Luísa Barroso, mudou as fechaduras e não me quis entregar as chaves do canil. O tribunal deu-me razão e as chaves foram-me entregues.

(Esta senhora D. LUISA BARROSO – não passa da face oculta da D. MARGARIDA NAMORA , que na retaguarda, continua a comandar os destinos da associação).

Simularam, inclusivamente, um assalto, que não passou do que sempre ali têm tentado contra as pessoas, ou seja, nada desaparece, só abrem as portas das boxes, dos gatís e dos canis, para que animais morram à boca uns dos outros.

Não é estranho, que toda esta violência e morte sejam praticadas, durante a noite e sempre com os mesmos contornos. VIOLÊNCIA, CRUELDADE.

Qual a razão da protecção a uma pessoa, que todos sabem, está ali com o único fito
de matar, de maltratar com contornos de malvadez, pois os animais, são esquartejados, presumo que com arma branca.

Não têm conta os animais meus e da União Zoófila, que pela manhã , são encontrados mortos ou moribundos.

Alguns deles ainda estavam com vida, mas de tal maneira que não os consegui salvar.

Onde está a investigação?

O certo, é que durante o ano corrente, cerca de meia centena dos meus cães, apareceram mortos, por violência. De nada valeu, ter muros altos e rede de protecção, pois o assassino anda pelo telhado e as redes aparecem cortadas.

Quem mata dorme lá dentro.

A última vítima , foi o “MICO”, que foi morto por vingança, devido a ter interposto uma providência cautelar, contra estes senhores, e,

Sem dó nem piedade o “ MICO” , foi esquartejado – Junto fotografias.

Será que os funcionários e voluntários que sabem destas violências, têm coragem de calar, e ainda defender esta gente?

Dizem estes senhores à Comunicação social, que o caso do cão “Arlequim” morto em Julho de 2006, segundo o relatório da autópsia por traumatismo lombar....e a perfuração do recto... está a ser investigado... contra quem?

Despediram um funcionário, que nada tem com o assunto, só porque este não pactuou, não calou aquilo que ali viu.

A este funcionário, foi aplicado um processo disciplinar, que levou a despedimento, com a alegada agressão a animais, tudo bem ao jeito destes senhores

Mas pergunto: “Então e as mortes, a crueldade para com os animais, antes de este funcionário se encontrar ao serviço e depois da sua saída ?

QUAL A RAZÃO DE TANTAS MENTIRAS?

Quem mata continua lá.

Mais, a direcção tem pleno conhecimento destas situações.

Que razão tão forte, continua a permitir que esta direcção deixe este individuo permanecer na instituição ?

Dizem que os animais estão gordos e bem tratados. Claro, que têm que estar, só assim o negócio floresce. (Mas, quando não interessam, não têm padrinhos, lá vão parar à arca). Para que as pessoas que ali se deslocam, de vez em quando, digam maravilhas, mas, quem ali está no deu dia a dia, assiste a situações graves, muito graves.

Sou testemunha assim como uma médica veterinária que me acompanhava (Exma. Senhora Drª Filipa ), que na correnteza, que eu conseguia ver do meu espaço , à tarde estavam as boxes cheias de animais, no dia seguinte as mesmas estavam praticamente vazias, e no dia seguinte voltavam a colocar lá animais, que desapareciam misteriosamente. O que lhes acontecia? BASTAVA ABRIL A ARCA MORTUÁRIA, ONDE OS MESMOS ERAM E SÃO DEPOSITADOS.

Aliás, não me esqueço dum episódio, onde se ouvia um miar de aflição, e quando percebi donde vinha, de imediato abri a arca – Foram lá postos, uns gatínhos ainda com vida. Hoje , os que consegui salvar dos quatro ( dois) estão de perfeita saúde.

Também ,noutra altura, um colaborador meu deu pelo mesmo problema e retirou dois cachorrinhos, que também lá tinham sido postos ainda vivos.

Porque razão , quando eu denunciei, a estes senhores estas e outras situações, a arca desapareceu? Talvez para local onde só o assassino possa continuar a praticar estes e outros crimes, sem que ninguém dê por eles.

Quem mata tem as chaves de todas as dependências. Para quando a sua expulsão e a da direcção que dá cobertura a tamanha barbárie?

Estas situações, já tinham sido denunciadas por sócios que deram com o mesmo problema, mas eram chamados de “loucos”, e que estavam “em delírio”, e expulsos à pancada.

Inclusivamente, alguns desses sócios, foram agredidos, expulsos posteriormente, só porque denunciaram aos responsáveis o que ali se passava.

Quem mata, quem tortura, os animais, ainda agride voluntárias, escolhendo sempre as mais idosas, tudo isto se passa, depois da entrada da D. Margarida Namora.

Qual a razão desta protecção? Será que ele sabe demais?

Esta associação tem uma caixa, que denominam como dormitório dos bébés, é onde os mesmos são abatidos por asfixia – ou seja, enrolados em éter (enrolam as cabecinhas dos bebés em algodão com o produto, e estes morrem lentamente, quando morrem ). Penso que uma grande maioria são aqueles que aparecem vivos dentro da arca.

Quem trata deste assunto são as responsáveis do gatil e do canil respectivamente.

Qual a razão desta protecção a quem comete tais crimes ?

Todos sabem, porque se calam??

É demasiado estranho que numa associação de protecção de animais se cometam estas atrocidades, e os dirigentes fiquem de boca calada. Porquê?

Também junto , relatório da autópsia, do cão que foi morto por espancamento e a introdução no recto dum ferro. Serão necessários mais crimes ?

Aos “amigos “ que defendem estas pessoas, seria bom que junto da Câmara Municipal de Lisboa, pedissem um relatório de quantos animais são dali levados, todas as semanas, para incineração. Mas, atenção, porque dentro do saco de plástico preto, pode ir mais que um animal.

Também é estranho, uma associação que se diz em dificuldades, só queira dinheiro. Rações e latas, caso não sejam de marca, em grande parte vão para o lixo.

Há cerca de 15 dias, deitaram centenas de quilos de ração, nos contentores do lixo,
Um crime, quando todos sabemos que existem tantos animais a passar fome.

Claro, que inteligentemente, apresentam uma fachada, com animais que até usam uma capinha – os protegidos, aqueles que têm sorte em ter padrinhos que pagam para os alimentar e passear.

Seria prudente, que quem ali vai vá verificar os escombros, pois os animais são lá postos, e quase esquecidos – tristes nunca têm uma festa - .

Também será prudente a Polícia Judiciária, investigar o porquê da criação duma Associação paralela – denominada AZP – ASSOCIAÇÃO ZOÓFILA PORTUGUESA, para onde passaram todo o património da União Zoófila. Ainda se gabam de o ter feito, para fugirem ao fisco, pois assim não pagariam as dívidas, que existiam, mas cujo património de heranças recebidas, dava e sobrava para pagar e honrar compromissos.

Soube através da comunicação social, que estes senhores inclusivamente, venderam muitos bens deixados, abaixo dos valores de mercado. Porquê?

Onde aplicaram estes dinheiros?

A clínica veterinária no centro de Lisboa, foi entregue a essa dita AZP, a troco de quê?

Também convém referir , que a D. Margarida Namora e seus colaboradores é que estão na sombra dessa associação.

Qual a intenção da sua constituição? Até à data absorver os dinheiros que pertencem à União Zoófila – aos animais.

Muito mais tenho a dizer, mas fá-lo-ei às entidades competentes.

Nos vossos comunicados, tentam desviar a atenção para a limpeza do canil. Não está em causa a limpeza, MAS SIM OS MAUS TRATOS AOS ANIMAIS.

Convém , também não continuarem a MENTIR às pessoas, falando em 700 animais, como devem estar lembrados na assembleia ( em Novembro), o próprio tesoureiro ENGº JAIME DE MATOS PINGUINHA, vos desmentiu.

Também, na primeira semana de Novembro, uma jornalista visitou o albergue e pode verificar que algo de anormal ali se passava.

Portanto, meus senhores não tentem “abafar” a situação. Infelizmente, ela EXISTE.

Por essa razão muitos voluntários, foram afastados, e agora como por magia já estão a regressar a pedido daquela que os expulsou. A Internet fala por si, os senhores bem sabem.

Espero ter esclarecido, pelos menos aqueles que o pretendem ser. Encontro-me disponível para o fazer publicamente.

E não vale a pena andarem a enviar centenas de mensagens a pedir para assinarem uma petição, pois essa petição vale pelo que vale – NADA.

Sejam coerentes, sejam honestos, enfrentem a verdade e resolvam o problema de vez.

Todos os que lutam pela causa animal, estão de acordo comigo, que algo de grave muito grave, se passa neste canil. Está na altura de todos juntos acabarmos com esta barbárie.

Drª Fernanda Moleiro, Médica

04 dezembro, 2007

União Zoófila - Sob suspeita

Ex-sócios da União Zoófila acusam a direcção da associação de gestão danosa, peculato e crime fiscal. Em causa está a criação de uma entidade paralela para onde terão sido desviadas verbas de quotas e donativos, para fugir às dívidas ao Estado e outros credores, refere a Lusa.
Nas últimas décadas, a União Zoófila (UZ) recebeu várias heranças como contas bancárias, jóias, barras de ouro, apartamentos e até um prédio numa zona nobre da capital.
Mas a associação manteve sempre as campanhas de angariação de fundos e os anúncios públicos de crise financeira.
«O mistério está aqui: a UZ tem quase 30 mil sócios, a receita da clínica, a venda de andares doados, mas o dinheiro desaparece todo», disse Artur Chaves, ex-sócio que chegou a ser presidente da mesa da Assembleia-Geral e membro da comissão administrativa em 1998. Depois de décadas de trabalho, saiu da direcção, deixou de ser sócio e até o voluntariado abandonou, alegando não ser «conivente com o que se passava».
A Lusa teve acesso a documentos que provam a venda, entre 1999 e 2004, de quatro bens herdados: um apartamento na Amadora, dois em Lisboa e um prédio em Belém. Além dos imóveis, a UZ recebia quotas de sócios e foi angariando donativos das mais diversas formas, como um concerto na Aula Magna, que rendeu 7.500 euros, ou um programa de um concurso televisivo, que deu mais de 14 mil euros em prémios.
Para a ex-sócia Carmen Carvalho, o «mistério» é simples de desvendar: «é o resultado da gestão danosa e da delapidação do património». Carmen aponta, por exemplo, a venda do prédio em Belém por 40 mil euros.
Presidente nega acusações
A actual presidente da associação, no cargo desde final de 2006, nega as acusações. Luísa Barroso garante que o dinheiro angariado é canalizado para pagar a alimentação e tratamento de cerca de 700 animais.
Principal alvo das acusações, a presidente da associação entre 1998 e 2006, Margarida Namora, lembra que quando tomou posse «havia dívidas de quase 60 mil contos».
No entanto, as explicações não convencem Artur Chaves. «Nunca soube para onde é que ia o dinheiro. Mas fui-me apercebendo que ia para todo o lado menos para os cofres».
Durante vários anos, os fundos foram depositados numa conta de uma organização criada em 2001 pela direcção: a Associação Zoófila Portuguesa (AZP). Cheques passados à UZ eram arrecadados numa conta no BPI, em nome da AZP.
O ex-tesoureiro da União Zoófila que se demitiu este Verão diz tratar-se de «detalhes de tesouraria». Uma fonte da AZP envolvida no processo tem outra explicação.
«Todo o dinheiro que entrava na UZ era transferido para a conta da AZP, criada para garantir que nunca haveria nada para penhorar», revela aquela fonte.
Dívidas à Segurança Social, Finanças e EPAL
Entre as entidades públicas que aguardavam o pagamento estava a Segurança Social, as Finanças, o Tribunal de Trabalho e a EPAL.
O ex-tesoureiro admite que alguns pagamentos em falta «prescreveram», mas assegura que a maioria foi paga. «Quando abandonei a associação, a dívida era de 100 mil euros», garante Jaime de Matos.
Para provar que o «dinheiro foi arrecadado de forma legal», o ex-tesoureiro diz que a PJ investigou durante onze meses as ligações entre as duas associações e que o processo foi arquivado.
Mas fonte da AZP contou que as duas direcções entregaram à PJ documentos forjados, para justificar as constantes movimentações de dinheiro.

União Zoófila - campo de concentração por excelência

Subject: União Zoófila - campo de concentração por excelência

http://acorianooriental.sapo.pt/noticias/view/54423 Nacional 2007-11-27 10:57

No canil da União Zoófila há animais que sofrem maus-tratos. Entre denúnciasde bichos pontapeados e sovados, um cão foi morto com um ferro e outro terá sido esquartejado. Há quem fale em "campo de concentração". A associação garante que os bichos são bem tratados. A Lusa viu fotografias de um rafeiro esfaqueado e um relatório de autópsia que revela actos de agressão a uma Pitt Bull. Falou com voluntários e sócios que relataram casos de maus-tratos e negligência. Alguns pediram anonimato por temerem represálias. Muitos foram expulsos. Todos falam em "caça às bruxas": "Quem questiona ou fala tem um processo disciplinar. Por isso é que estas histórias não saem da zoófila". É o lado negro de uma associação criada há mais de 50 anos para defender os animais. Em Julho de 2006 deu entrada no serviço de Anatomia Patológica da Faculdade de Medicina Veterinária o cadáver de uma Pitt Bull da União Zoófila (UZ). Anecrópsia realizada à "Arlequim" revelou que tinha morrido por lhe terem"perfurado o recto" com um "objecto contundente". A cadela foi vítima de "traumatismo violento, atingindo em especial a região lombar, que terálevado a hemorragia interna". Já este Verão, a 30 de Junho, um rafeiro foi encontrado esquartejado na box.O "Mico" morreria horas depois. Fernanda Moleiro, uma psiquiatra que ocupa parte das instalações da UZ com os animais que recolhe da rua, ficou"chocada com o cenário". "Quando cheguei, o Mico ainda estava vivo. Saí do canil com ele nos braços,mas chegou sem vida à veterinária", recorda Fernanda, exibindo as fotos que "provam maus-tratos humanos". A psiquiatra confrontou a direcção, mas não teve resposta. Questionada pelaLusa, a presidente da UZ, Luísa Barroso, disse desconhecer a situação. Quanto à história da Arlequim, Luísa Barroso afirmou que o caso está a ser investigado pela PJ. Preocupado com outros casos de violência, um grupo de sócios exigiu umaAssembleia-Geral. Em Outubro, uma sala do Hotel Berna foi palco de uma acesatroca de acusações que se prolongou noite dentro, visando sobretudo um veterinário da associação. Na reunião, um ex-elemento da direcção acusou o veterinário de ter recusadover de imediato um animal atropelado. "Esteve quatro horas sem que lhe fosseministrado um medicamento que lhe aliviasse as dores. Morreu cinco dias depois", afirmou a sócia, que já tinha denunciado a situação por escrito emMarço. Outra denúncia relatava a agressividade com que o veterinário teria dado "umpontapé na cabeça" a um cão. Presente na reunião, o veterinário negou as acusações, tendo recebido oapoio da presidente da associação até 2006, Margarida Namora, assim como daactual presidente, que garantiu que um inquérito interno concluiu serem falsas as participações. Para Luísa Barroso, por detrás das denúncias estão"assuntos pessoais". A troca de acusações na instituição é tal que o próprio veterinário acusouuma voluntária de não dar água aos cachorros, provocando situações de "desidratação e internamento". Margarida Namora explicou à Lusa que essas situações não foram propositadas,mas causadas por falta de gente. "Como não há voluntários disponíveis, os recém-nascidos são abatidos, porque não há quem os amamente de duas em duas horas", revelou à Lusa uma sócia evoluntária que pediu o anonimato. Sem pessoal para passear todos os animais, alguns ficam confinados e "sóconhecem as boxes e corredores" da UZ. "Já tentei trazer cães à rua, mas eles tinham medo porque nunca na vida tinham saído do canil", contou a mesmavoluntária. Para Miguel Moutinho, presidente da associação Animal, a UZ "é um campo deconcentração": "A concepção do canil é inspirada nos anos 50, com os animais encarcerados e sem condições, levando-os à loucura". Questionado pela Lusa sobre as instalações, o Director-Geral de Veterinária,Carlos Agrela Pinheiro, disse que a única inspecção ao canil foi em 1997, tendo-se "detectado diversas inconformidades". Segundo Agrela Pinheiro, o espaço só não foi encerrado porque ficou decididoconstruir um novo canil num terreno a ceder pela autarquia. Passados dez anos, o canil funciona exactamente no mesmo espaço e não voltou a ser inspeccionado. Na Zoófila, há cães a viver num barracão sem luz solar directa, permanecendoprostrados nas exíguas boxes. A actual presidente reconhece que o ideal seria mais espaço e menos animais, mas lembra que as alternativas são o canil municipal ou a rua. Para a ex-voluntária Maria João Coelho, mais grave do que a falta de espaçoé o alegado responsável pela violação e esfaqueamento continuar naassociação sem ser repreendido. As voluntárias acusam um antigo funcionárioresponsável pela manutenção do espaço. A versão é reforçada por uma voluntária do gatil da União Zoófila: "Elemata-os de todas as maneiras, mas não basta vermos. É preciso ter uma máquina fotográfica para provar o que se vê, senão somos expulsas". Luísa Barroso diz tratar-se de "delírio" de um grupo de pessoas que quer descredibilizar a associação: "Como é amigo da direcção elas não gostam dele". Todos concordam que as guerras são antigas. Miguel Moutinho diz apenas que"em Portugal, as associações que acolhem animais não são a solução, mas simo problema".

Lusa / AO online